Durante todo o tempo que estudei para concursos, uma das minhas maiores preocupações era não saber se estava utilizando as técnicas corretas de estudo e, assim, prejudicar o meu desempenho no momento da prova.
Além do mais, quanto mais demorava para ocorrer a aprovação, maior era a sensação de angústia e impotência para resolver a minha vida. Isso, sem dúvidas aumentava as chances de desistir.
Por isso, elaborei um roteiro prático de 5 técnicas, que podem ser aplicadas em ordem. É como se fosse um arsenal de segurança, que pode ser seguido com tranquilidade. Foi exatamente o que utilizei para ser aprovado em diversos concursos.
1. Ler questões de concurso (não é resolver).
O primeiro passo é definir o concurso desejado e se possível uma ou duas bancas para começar a ler as questões de prova.
Sim: o importante agora é ler e não resolver as questões. Mas qual o motivo disso?
Quando você apenas lê várias questões de uma banca ou instituição é possível identificar os seguintes padrões:
- Nível de dificuldade das questões:quando você identifica o nível de dificuldade da prova fica mais fácil definir qual material selecionar para estudar e até onde será necessário se aprofundar no assunto. No exemplo abaixo é possível ver que a questão foi copiada da lei 9868 e pode ser resolvida com facilidade, desde que você saiba o conteúdo da lei.
- Natureza do que é cobrado e em que grau:quando você entende a natureza do que é possível priorizar o estudo da legislação, doutrina ou jurisprudência. No exemplo abaixo você pode ver que o item exigia apenas conhecimento básico de doutrina, que pode ser encontrado em qualquer sinopse do mercado.
Esses dois fatores reduzem de imediato a quantidade de assuntos para se estudar e otimiza o seu esforço no momento dos estudos.
À medida que você lê mais e mais questões de uma determinada banca, do cargo desejado ou similares, é possível adequar o seu modo de estudo. Como você pôde ver, nos exemplos acima, foram exigidos apenas cópia pura e simples da legislação e conhecimento básico de doutrina em Direito Constitucional.
Por isso, quanto mais questões são lidas, mais você entende a banca e cada vez mais é possível otimizar o estudo para o concurso desejado.
Toda essa leitura de questões e otimização dos estudos nos leva a segunda técnica (segundo passo):
2. Priorizar determinados assuntos para estudar.
Na maioria das vezes o edital é muito extenso. Isso é um fato! Por isso é preciso priorizar o que vai ser estudado.
Quando falo em priorizar não quero dizer que é necessário excluir, ou seja, deixar de estudar os outros assuntos. Isso será feito se sobrar tempo. Mas é importante que você entenda a estratégia de avançar nos estudos do que é mais relevante primeiro.
E você pode me perguntar: Gerson, mas como eu priorizo os assuntos mais importantes?
Para selecionar o que é mais importante é preciso realizar uma análise em 3 fases: básica (análise de questões), intermediária (correlação indireta) e avançada (traçar perfil ideológico da banca).
Quando você tem as bases sólidas para começar seus estudos, ainda precisará de algumas técnicas eficientes para compreender bem os assuntos e não esquecer do que estudou. Por isso é preciso ir para o terceiro passo desse roteiro.
3. Estudar pela compreensão Elaborativa.
É muito comum ver todos estudarem no estilo “decorado”. Eu fiz isso durante muito tempo. O maior problema é que a gente faz isso para se livrar mais rápido de nossas obrigações. Mas estudar para concursos, na maioria das vezes, é um planejamento de longo prazo e a “decoreba” é um processo de memorização de curto prazo.
Por isso, a melhor forma de estudar é utilizar uma técnica baseada no longo prazo. O melhor método de estudo pensando nisso é entender o conteúdo lido e questionar sobre o assunto.
4. Criar o seu próprio Resumo e Revisar regulamente.
No momento em que você estuda é preciso anotar, para que depois seja possível revisar. É impossível revisar com regularidade sem ter um fichamento de segurança.
Os dois maiores erros que a maioria dos concurseiros cometem e que eu também cometia eram:
- Grifar o livro com marca-texto: um estudo publicado em janeiro de 2013 na revista científica Psychological Science in the Public Interest aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço. Existem exceções claro, a exemplo de grifos de determinadas palavras na legislação.
- Copiar techos dos livros: transcrever o livro para ler depois demanda muito tempo, por isso no longo prazo é prejudicial e ineficiente. Da mesma fora que tentar reler o livro de forma acelerada, pois vai de encontro a compreensão elaborativa demostrada acima.
Essas duas abordagens não funcionam principalmente na revisão, pois neste momento você precisa de um conteúdo enxuto para avançar rapidamente.
Por fim, você precisa organizar o seu tempo e com isso chegamos no quinto passo.
5. Calendário de Estudos.
Muitos dos meus problemas de HOJE, devem-se ao facto de que ONTEM não pensei no AMANHÃ... João Alberto Catalão
Depois de saber o que precisa estudar com prioridade e como estudar de forma correta, incluindo suas revisões, é preciso se planejar. Organizar um calendário de estudos.



