REDAÇÃO NO CFO PMBA - SISTEMA CARCERÁRIO X DIREITOS HUMANOS
A
imagem de detentos decapitados, no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, ratifica
o caos do sistema carcerário brasileiro. Como garantir os Direitos Humanos, em
cenários de barbárie, presentes em grande parte dos cárceres?
SISTEMA CARCERÁRIO X DIREITOS HUMANOS
O Brasil possui a 3º maior população
carcerária, mais de 726 mil presos, dentre os quais 217 mil são presos
provisórios, ou seja, não foram condenados. Dentre os fatores que concorrem
para o inchaço nas cadeias, a morosidade judiciária e a restrita aplicação de
penas alternativas são causas principais, uma vez que sem assegurar um processo
ágil, a finalidade de ressocializar o preso fica comprometida. A reincidência
de quase 60% dos réus primários ratifica a necessidade de repensar o sistema
prisional como um todo, e garantir que o preso seja um sujeito de direitos.
A crise do sistema prisional decorre da dificuldade
do Estado em acompanhar a escalada da criminalidade. Sua superação deve ter
como eixo balizar os princípios dos Direitos Humanos, cujo cerne é o
reconhecimento da dignidade do ser humano, sem submetê-lo a tratamento desumano
ou degradante. Inserir esta máxima na gestão de políticas públicas direcionadas
aos presídios requer esforços de vários segmentos: educação, saúde e segurança
pública. Para que o presídio não seja apenas um depósito de mazelas sociais,
mas sim um ambiente de reparação e ressocialização de transgressores.
Os retratos de violência dentro dos presídios
brasileiros, como Carandiru e Pedrinhas, devem ser superados. Repensar o
sistema prisional brasileiro é o caminho para que cenas lastimáveis não se
repitam, e os Direitos Humanos não sejam reduzidos ao plano dos discursos, mas
sim vivenciados.
Por Carine – Cadete da PMBA - Consultec
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